Ter uma vivência internacional, mergulhar em uma nova cultura e ainda voltar com uma formação acadêmica na bagagem é o sonho de muitas pessoas.

A San Pietro Cidadania Italiana fez uma pesquisa e a boa notícia é que pode ser menos complicado do que parece, com orientação e direcionamento, você pode colocar um intercâmbio nos seus objetivos e até obter uma bolsa de estudos. A estrutura educacional é um pouco diferente.

A seguir, explicamos os principais pontos para quem deseja estudar na Europa com o apoio de uma bolsa.

Primeiros passos:
Tudo começa com a definição do seu objetivo acadêmico e a etapa na qual você se encontra: graduação, mestrado ou curso livre? Esse passo inicial é essencial para saber por onde começar.

Para se candidatar a uma universidade italiana, é necessário ter concluído o ensino médio com validade reconhecida pelo sistema educacional da Itália, que exige ao menos 12 anos de escolaridade, somando ensino fundamental e médio.

A principal plataforma oficial é o portal Study in Italy, pertencente ao Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália (MAECI). Esse é o órgão responsável pelas bolsas de estudos para estrangeiros.

No portal, você encontrará orientações valiosas sobre o sistema de ensino superior italiano, os tipos de instituições, níveis acadêmicos e critérios de elegibilidade. Vale explorar especialmente a seção “Orientamento” e a aba “Sistema Italiano di Formazione Superiore”.

Entendendo o sistema universitário italiano:

Ao ingressar em uma universidade na Itália, é importante entender como funciona o sistema de créditos acadêmicos que mede o esforço do estudante ao longo do curso, cada matéria que cursada vale um certo número de créditos. Esses créditos são chamados de CFU, que significa Crediti Formativi Universitari (em português: Créditos de Formação Universitária).

Na Itália 1 CFU equivale a 25 horas de esforço total do estudante, incluindo: horas de aula, leituras, estudos em casa, trabalhos e provas, estágios ou atividades práticas.

Um estudante universitário geralmente acumula cerca de 60 CFUs por ano, e o melhor é que os CFUs italianos são equivalentes aos créditos europeus ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System, ou seja, se você estudar na Itália e depois for para outro país da Europa, seus créditos podem ser transferidos com facilidade.

 Níveis de Ensino Superior na Itália

O sistema universitário italiano é dividido em ciclos, onde o 1º ciclo, chamado Laurea, corresponde ao bacharelado e dura 3 anos, totalizando 180 créditos universitários (CFUs), é possível optar por Laurea Magistrale a Ciclo Unico – em português: “Mestrado Integrado a Graduação”, onde no mesmo ciclo cursa graduação e pós-graduação, durando de 5 a 6 anos no total. A carga de créditos para essa modalidade fica em média de 300 a 360 CFUs — geralmente, são cursos voltados para áreas como Medicina, Arquitetura e Direito.

A bolsa MAECI está disponível a partir do 2º ciclo, o Laurea Magistrale, equivalente ao mestrado tradicional, que tem 2 anos de duração e 120 CFUs.

Também é aceita para o 3º ciclo, o Dottorato di Ricerca (PhD), que é o título de doutorado e tem duração mínima de 3 anos, onde o aluno é dedicado exclusivamente à pesquisa acadêmica.

Por fim, existem ainda os Master Universitari (nível I ou II), cursos de especialização profissional de 1 a 2 anos, que apesar de levarem o nome “Master”, não são equivalentes a um mestrado acadêmico e não são compatíveis com a bolsa MAECI.

Bolsa MAECI na Itália:

Para ser aprovado na bolsa de estudos MAECI, é necessário ter diploma compatível com o nível acadêmico escolhido,-mestrado ou doutorado, comprovar proficiência em italiano em nível B2 ou inglês, caso o curso seja ministrado nesse idioma, ter idade máxima de 28 anos para mestrado e 30 para doutorado, além de apresentar uma carta de motivação e documentos acadêmicos traduzidos e legalizados.

São três tipos de instituições de ensino superior que podem receber alunos bolsistas do programa MAECI:

1.Universidades públicas estatais, financiadas pelo governo italiana, são as mais comuns.

2.Universidades privadas não estatais legalmente reconhecidas, ou seja, apesar de serem privadas, emitem diplomas com o mesmo valor legal que os das públicas, porém a instituição deve estar oficialmente reconhecida pelo governo.

3. Escolas ou Institutos Superiores de Pós-graduação e Pesquisa, são instituições focadas em pesquisa e cursos de nível avançado, como pós-graduação e doutorado.

A candidatura é feita online pelo portal oficial Study in Italy, divulgada por meio de edital.
Ter uma carta de aceitação da universidade também é essencial, especialmente para doutorado.

Vou precisar de Visto?

Na maioria dos casos, é necessário tirar um visto de estudante, especialmente se o curso for de longa duração. Os vistos são classificados em duas categorias: curta duração, para cursos de até 90 dias e longa duração, para cursos com mais de 90 dias.

Estudantes brasileiros geralmente precisam do visto de longa duração, que deve ser solicitado antes da viagem, diretamente no consulado ou embaixada do país de destino.

Uma vantagem de tirar um visto de estudante para um país da União Europeia, é o chamado Espaço Schengen, uma área composta por 27 países da região, que aboliram as fronteiras entre si, permitindo livre circulação, sem precisar de vistos extras ou passar por controle de fronteira.

Isso facilita muito para quem quer viajar nos finais de semana ou aproveitar as férias entre os semestres para explorar outros destinos europeus, com um visto de estudante válido de um país Schengen (como a Itália), você pode viajar entre esses países como se estivesse em um único território.

Passaporte Italiano serve como Visto?

Se você tem passaporte italiano, você não precisa solicitar nenhum tipo de visto para estudar na Itália — nem em qualquer outro país da União Europeia. Isso acontece porque, como cidadão italiano (e europeu), você já tem o direito de viver, estudar e trabalhar livremente em todos os países do bloco.

Ao portar passaporte italiano, você entra no Espaço Schengen como residente, não como visitante, o que elimina não só a papelada, mas também as incertezas de aprovação consular, entrevistas, prazos apertados e taxas. Você ganha liberdade total para fazer intercâmbio, e se matricular em universidades, além de poder aproveitar oportunidades de bolsas como a MAECI e circular por todo o continente.

Se o visto de estudante já oferece mobilidade e vantagens, a cidadania italiana leva isso a um nível ainda maior: transforma toda a Europa em um território de possibilidades, podendo ser um meio estratégico para quem sonha com uma vida acadêmica e profissional na Europa.

Se esse cenário despertou em você o desejo de saber mais, a equipe da San Pietro está à disposição para tirar dúvidas e orientar você nesse caminho. Transformar planos em possibilidades concretas é o combustível que nos move.